A produção excessiva de leite materno está entre os relatos mais frequentes de mamas cheias, feitas pelas doadoras de leite humano. Mas, não é necessário ter uma produção demasiada de leite para se tornar doadora e não existe quantidade mínima para a doação.
Você sabia que um litro de leite materno doado pode alimentar até 10 recém-nascidos por dia?
O leite é importante, especialmente, para prematuros internados que não podem ser alimentados diretamente pela própria mãe. A cada ano, no Brasil, são estimados 330 mil nascimentos de bebês prematuros ou de baixo peso, o que representa 11% das crianças nascidas no país. Com o leite materno, eles têm mais chances de recuperação.
Além disso, a produção de leite depende do esvaziamento das mamas, então quanto mais a mulher amamenta ou retira leite, mais leite ela produz, sendo suficiente para o seu bebê e para a doação.
A recomendação do Ministério da Saúde é que as mulheres não deixem de doar mesmo em tempos de Covid-19. Em 2020, mesmo com o novo coronavírus, o volume de leite doado foi 2,7% superior ao ano anterior. A partir da doação de 182 mil mulheres, foram coletados 229 mil litros de leite materno, sendo que 157 mil litros foram distribuídos, beneficiando 212 mil recém-nascidos. Isso representa 64% da real necessidade por leite materno.
Quem pode doar?
De acordo com a legislação RDC Nº 171, além de apresentar excesso de leite, a doadora deve ser saudável, não usar medicamentos incompatíveis com a amamentação e se dispor a ordenhar e a doar o excedente a um banco de leite humano.
Quando não se deve doar?
Se estiver doente, conforme prescrição médica;
Se estiver infectada com vírus de doenças graves como HIV;
Se tiver consumido drogas ou bebidas alcoólicas;
Após ter um episódio de vômito ou diarreia, porque pode estar doente, e necessita de ajuda médica.
Como funciona a doação?
1- Entre em contato com a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (rBLH-BR) mais próximo por telefone.
2- Você receberá todas as orientações necessárias para a coleta e armazenamento do leite humano ordenhado, além de realizar um cadastro de doadora do rBLH-BR. Por isso, antes de contatá-los, tenha em mãos os últimos exames realizados no seu pré-natal.
3 – Um médico avaliará os seus dados e, uma vez considerada apta como doadora, a equipe entrará em contato com você sempre na véspera da visita.
4 – A cada visita, a doadora receberá novos frascos esterilizados vazios e entregará a sua doação de leite.
5 – Todo transporte é realizado em caixas isotérmicas e com gelo reciclável e controle de temperatura, mantendo assim a qualidade do seu leite.
Todo o leite doado é analisado, pasteurizado e submetido a um rigoroso controle de qualidade antes de ser ofertado a uma criança, conforme rege a legislação que regulamenta o funcionamento dos bancos de leite humano no Brasil, a RDC Nº 171. Após análises das suas características, o leite é distribuído de acordo com as necessidades específicas de cada recém-nascido internado.
Atualmente, 30% do leite humano são perdidos no processo de doação, entre a coleta e o recebimento do recém-nascido. Para evitar perdas, é necessário seguir corretamente o passo a passo da doação informados pela Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (rBLH-BR).
Acesse e saiba mais: https://rblh.fiocruz.br/pagina-inicial-rede-blh
Fontes: Ministério da Saúde, Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (rBLH-BR) e Tua Saúde