Sol, calor, praia, piscina… Com a estação mais quente do ano, vêm também as roupas mais justas e a umidade, o que deve redobrar a atenção das mulheres para que o verão não seja desagradável. Devido às temperaturas mais altas e a provável proximidade com a água, algumas doenças ginecológicas aparecem mais frequentemente neste período.
Segundo a ginecologista Joziani Beghini, membro da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP), a doença que mais aparece no verão é a candidíase. “Porque a cândida é um fungo que gosta de umidade. Então, sempre que houver uma situação em que a vulva fique mais úmida, há predisposição pra ter a candidíase. Não é transmissível, o fungo faz parte do ecossistema vaginal”, explica a especialista.
Os principais sintomas da candidíase são coceira e corrimento, mas Joziani alerta que é preciso procurar um médico ao observar qualquer sintoma anormal na região, como verrugas ou nodulações. O tratamento é rápido, em uma semana já é possível notar grande melhora. O método mais indicado é o uso de drogas antifúngicas via oral para minimizar o possível surgimento de alergia, mas em alguns casos é indicado o tratamento tópico por meio de pomadas e cremes ginecológicos.
A médica alerta ainda que há outros micro-organismos que podem aparecer no verão, mas o principal é o fungo causador da candidíase. Ela também esclarece que não é o calor que provoca a doença, mas o contato com maior umidade pode piorar alguma situação que já existia. “O que a praia e a piscina vão causar é que os sintomas podem piorar, a pessoa tem uma infecção na região, aquela área está inflamada. Então o contato com o cloro, com o sal do mar e até mesmo práticas esportivas, como corridas, que aumentam a umidade da região, pode acabar agravando os sintomas. Não quer dizer que a doença vai piorar, mas a paciente vai ter mais sintomas”.
Caso algum dos sintomas apareça durante as férias, não precisa se desesperar achando que não vai mais poder aproveitar o merecido descanso. Já que a melhora se dá em um curto espaço de tempo, é possível continuar aproveitando a praia e a piscina normalmente, apenas é preciso ter alguns cuidados, como diz Joziani. “Manter a região sempre seca pra evitar que a doença volte, não ficar muito tempo com roupas úmidas, é sair do mar, tomar uma ducha e secar a região”, sugere. O ideal mesmo é adotar medidas de prevenção para a doença não aparecer nem se agravar, e para isso é preciso reforçar os hábitos de higiene e manter a região genital sempre seca, reforça a ginecologista.