A vida da mulher atravessa diversas fases. A primeira menstruação ocorre num período em que está se dando a transição entre a infância e a idade adulta. Este período de adolescência se estende dos 10 aos 20 anos de idade. A vida reprodutiva adulta se inicia a partir de então e, por volta dos 40 anos, a mulher entra no climatério, período que faz a transição entre a vida reprodutiva e a velhice. Durante o climatério, que se estende até os 65 anos, acontece a última menstruação – a chamada menopausa.
Os especialistas afirmam que durante todas essas etapas podem ocorrer sangramentos irregulares, que devem ser investigados por um médico, mesmo que sejam naturais de acordo com a faixa etária.
Infância e adolescência
A menarca – primeira menstruação – costuma acontecer aos 12 ou 13 anos e é quando o ovário começa a produzir hormônios. Como até aquele momento o ovário não era funcional, não está plenamente amadurecido. Assim, é comum que a ovulação não aconteça com a mesma regularidade de uma mulher adulta, causando sangramentos abundantes ou apresentando atrasos frequentes.
Da mesma forma que um farto sangramento pode demandar atenção, o atraso da menarca também. Quando a menina já passou dos 14 anos e sua menstruação ainda não veio, pode ser que haja algum problema subjacente. Portanto, é importante que o médico avalie os chamados eventos puberais, ou seja, caracteres sexuais femininos secundários, como o crescimento das mamas e pelos pubianos, formação da silhueta feminina, etc.
Tais eventos devem ter certa cronologia e, naturalmente, cabe ao médico investigar se isso significa apenas um atraso fisiológico ou se há problemas secundários que não estão aparecendo de forma explícita.
Nos casos em que não são verificados problemas subjacentes, mas apenas imaturidade dos mecanismos de controle endócrino, ou seja, na produção de hormônios que regem a menstruação, o médico pode orientar que se aguarde um pouco mais ou até mesmo, se for oc aso, entrar com algum tratamento hormonal.
Vida adulta reprodutiva
A mulher no período reprodutivo pode ter sangramentos de diversas naturezas. Podem também acontecer por motivos endócrinos, como distúrbios na tireoide; estresse, seja por qualquer tipo de conflito (amoroso, financeiro, social), entre outros, o que descontrola a produção de hormônios.
Outra possibilidade de hemorragia é o abortamento, caracterizada por doença própria – ou orgânica – do útero. Devido a isto, entre os 30 e 40 anos, podem aparecer miomas, tumores de ovários e a possibilidade de aparecimento de endometriose e adenomiose uterinas é maior.
O médico pode instrumentar seu diagnóstico tanto pelo histórico clínico, como pelas dosagens hormonais ou através de exames de imagem, como ultrassom e ressonância magnética. Lembrando que o tratamento depende sempre da causa.
Tendo feito o diagnóstico e identificada a causa, o tratamento é encaminhado e dependerá do período de vida em que a mulher está. Por exemplo, um mioma aos 30 anos de idade de quem nunca engravidou leva a um tratamento conservador. Entretanto, se a mulher já tem mais de 40 e apresenta sangramentos relevantes por conta do mioma, com difícil controle por remédios, deve ser avaliada a possibilidade de cirurgia de histerectomia, para a retirada do útero.