A enxaqueca é uma cefaleia primária, ou seja, não tem como causa uma doença implícita. No entanto, algumas doenças são mais propensas em pacientes que sofrem desse mal, chamadas de comorbidades. Neste cenário, a presença (ou não) de problema cardiovascular pode influenciar os riscos da migrânea e a decisão pelo melhor tratamento.
É fundamental investigar se as crises de enxaqueca melhoram ou tornam-se tratáveis, quando as comorbidades são conduzidas com eficácia. Frequentemente, imagina-se que a enxaqueca está relacionada aos vasos sanguíneos ou tenha origem vascular, porém as evidências indicam o contrário. Há um caráter latejante para a dor, sugerindo que os vasos sanguíneos estão envolvidos. Ela também está associada ao aumento da pressão arterial no momento da dor e seus sintomas podem simular um evento do tipo acidente vascular cerebral (derrame).
Diversas condições cardiovasculares estão presentes nos episódios de enxaqueca, tais como: fenômeno de Raynaud (constrição das artérias ao frio, que atinge mãos e pés, aumentando a palidez), pressão arterial elevada (inconsistente) e doença isquêmica do coração. Por vezes, doenças cardíacas estruturais são relacionadas à cefaleia, como as mudanças nas câmaras cardíacas e valvas. Essas condições não causam a dor, mas podem ocorrer com maior frequência em pacientes que sofrem da migrânea.
Pesquisas indicam que, depois de pressão alta, a enxaqueca com aura apresenta fortes indícios para o risco de ataques cardíacos e derrames, à frente do diabetes, tabagismo, obesidade e história familiar de doença cardíaca precoce. Para reduzir as chances de desenvolver uma patologia cardíaca, os indivíduos que sofrem desta cefaleia não devem fumar e precisam evitar a ingestão de álcool, além de manter a pressão arterial normal, com a redução de peso e prática de atividade física.